
O Exército da Nigéria confirmou nesta semana que o grupo terrorista Boko Haram começou a utilizar drones armados em suas operações no estado de Borno, no nordeste do país. Os equipamentos, semelhantes aos usados por forças militares como Israel e Ucrânia, representam uma escalada preocupante no conflito que já dura mais de uma década.
De acordo com o comunicado das Forças Armadas nigerianas, os insurgentes empregaram os drones em ataques recentes contra bases militares e vilarejos, demonstrando não apenas sofisticação tática, mas também acesso a uma tecnologia que tradicionalmente está fora do alcance de grupos insurgentes.
A revelação levanta uma série de perguntas ainda sem respostas: como o Boko Haram adquiriu drones tão avançados? Quem está fornecendo essa tecnologia? De onde vêm os recursos financeiros para sustentar esse tipo de arsenal?
Analistas militares apontam para redes internacionais de tráfico de armas e financiamento ilícito como possíveis fontes. “A sofisticação desses equipamentos sugere apoio externo, seja de grupos organizados ou de nações interessadas em desestabilizar a região”, afirmou um especialista em segurança da África Ocidental, que pediu anonimato.
Enquanto isso, soldados nigerianos, frequentemente mal equipados e com poucos recursos, enfrentam um inimigo cada vez mais preparado. “É uma lição dura: os terroristas estão tecnologicamente à frente das nossas forças”, comentou um oficial do Exército.
A introdução de drones armados por grupos como o Boko Haram sinaliza uma nova fase do terrorismo no continente africano — uma em que a tecnologia militar de ponta não está mais restrita aos Estados. Para a população de Borno, isso representa mais medo, mais incerteza e a urgência de respostas que ainda não chegaram.