Na última quarta-feira,2 de Abril do mês em curso, o chefe do quarteirão 55, Unidade Comunal Marien Nguabi, no bairro de Namutequeliua, na Cidade de Nampula, recebeu “mimos” da população sob acusação de alastrar a cólera no bairro. O mesmo foi “envergonhado” perante os olhos da sua família, vizinhos e amigos.
O caso deve-se à desinformação do problema da cólera que, na maioria das vezes, é feito para ocasionar conflitos desta e outra natureza. Neste dia não foi diferente, jovens fizeram um grupo, dirigiram-se à residência do chefe e lhe fizeram “receber alguns mimos”.
De acordo com as informações em nossa posse, o chefe do quarteirão foi neutralizado quando, supostamente, estava avaliando a altura de um poço de água do vizinho. Esta avaliação chamou a atenção dos populares, que suspeitaram que o senhor estava jogando algum medicamento para fazer o alastramento da doença e, de seguida, foram encima do senhor e deram alguns mimos.
“Por volta das 14 horas de ontem, apareceram uma multidão com alguns instrumentos a dizer que o material que eu estava colocando na água estava matando às pessoas (…) daí, começaram a subir em cima da casa e outros a atirarem-me pedras e a roubar minhas coisas”,- explicou Luís Pedro, visivelmente irritado, pois, para além das bofetadas que recebeu, teve os seus bens roubados e casa quase que destruída na totalidade.
“AFINAL, QUAIS SÃO OS MOTIVOS QUE LEVAM À POPULAÇÃO A DESCONFIAR DO SENHOR, VISTO QUE AQUI TEM OUTRAS PESSOAS COMO TU”, questionamos ao chefe.
“Eu também não sei dizer porquê que eles fizeram isso comigo, mas, na semana passada, teve um caso de cólera aqui e eles me acusaram que eu sou a pessoa que está contaminar os poços caseiros”,- revelou. Visivelmente abalado com o caso, o chefe pediu uma rápida ajuda por parte do governo : “Eu peço que o governo me apoie(…) neste momento não tenho nada para cobrir porque eles roubaram as minhas mantas e colchões e, apenas, deixaram camas”, acrescentou a vítima.
Mesmo sob fortes suspeitas que sejam os vizinhos a praticar esta situação por parte das vítimas, há outros vizinhos do bairro que não se espelham com o ocorrido e lamentam o facto. “Mesmo se ele fez isso, bater e agredir à família não é nenhuma solução e os autores merecem ser punidos pela lei”,- disseram os vizinhos de forma unânime.
Importa referir que, para além do espancamento do chefe do quarteirão, à mulher dele e sua filha também não escaparam desta situação. “De noite este não anda, que horas que lhe viram ele a por ‘medicamento de cóleras’ no poço?”,- questiona e lamenta à mulher da vítima, Alima Amade. TDN