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Sex. Jun 6th, 2025

A cada 20 minutos, uma jovem moçambicana contrai HIV

Maputo, 6 de Junho de 2025 – As jovens mulheres representam cerca de 30% das novas infeções por HIV em Moçambique, segundo dados recentes divulgados pelas Nações Unidas. O número revela uma crise persistente de saúde pública, impulsionada por desigualdades de género, pobreza estrutural e acesso limitado a serviços de saúde sexual e reprodutiva.

Em 2022, aproximadamente 98 mil adolescentes moçambicanas foram diagnosticadas com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), o que equivale a uma média de 1.900 novas infeções por semana — quase uma a cada cinco minutos. Dados das Nações Unidas indicam que as jovens entre os 15 e os 24 anos enfrentam praticamente o dobro do risco de contrair HIV em comparação com os rapazes da mesma idade.

Entre as causas identificadas estão a ausência de educação sexual abrangente, a violência baseada no género, casamentos prematuros e o envolvimento em relações com parceiros mais velhos, frequentemente associadas a dinâmicas de dependência económica. “Estamos perante uma emergência silenciosa. A cada 20 minutos, uma jovem mulher em Moçambique é infetada com HIV”, alertou uma representante do UNICEF.

Face à gravidade da situação, o Governo moçambicano, com apoio de agências como o ONUSIDA e o UNICEF, tem intensificado os programas de testagem, apoio psicossocial e acesso ao tratamento antirretroviral. Em 2022, cerca de 650 mil adolescentes e jovens foram alcançados por campanhas de sensibilização sobre HIV, saúde sexual e direitos reprodutivos.

Contudo, os especialistas alertam que a sustentabilidade destas iniciativas depende fortemente do financiamento internacional, sobretudo do PEPFAR e do Fundo Global. Cortes nestas fontes de apoio colocariam em risco os avanços registados na luta contra o HIV no país.

Moçambique continua entre os países mais afetados pela epidemia, e a juventude feminina está no centro da crise. Organizações internacionais apelam a um investimento urgente e coordenado em educação, saúde e empoderamento feminino, como única forma de travar a propagação do vírus e proteger o futuro das raparigas moçambicanas. Lusa

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