Sáb. Abr 26th, 2025

Isso é LAMentável para companhia aérea de bandeira

A Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), empresa de bandeira nacional, enfrenta uma crise operacional e financeira grave. A companhia, que já teve capacidade para 910 lugares em suas aeronaves, opera atualmente com apenas 275 lugares, utilizando três aeronaves Embraer E145, sendo uma delas subsidiária. A LAM não possui frota própria e depende de aluguel de aeronaves, o que tem se tornado insustentável devido a problemas financeiros. 

Recentemente, a companhia sul-africana CMR retirou dois aviões CBI 190 por falta de pagamento, agravando ainda mais a capacidade limitada da LAM. Passageiros estão migrando para a Airlink, que opera voos domésticos que a LAM não consegue atender. A empresa também enfrenta cancelamentos, reprogramações de voos e dificuldades para honrar compromissos com fornecedores. 

Em 2008, a LAM possuía uma frota robusta, incluindo quatro Boeing e três Q600, totalizando 910 lugares. No entanto, a situação deteriorou-se ao longo dos anos, com a venda de aeronaves e a redução da capacidade. Atualmente, a empresa lida com uma demanda de 815 passageiros diários, mas só consegue transportar 275, criando um cenário caótico. 

Reestruturação e Venda de Ações:
Como parte de um plano de reestruturação, o Estado vendeu 96% das ações da LAM para três empresas públicas: CFM, IFIC e EMOCES. Essa operação, criticada por falta de transparência, visa injetar USD 130 milhões na companhia, parte dos quais serão usados para adquirir sete novas aeronaves e cobrir dívidas. Outra parte do valor pode ser destinada a indenizações de trabalhadores, já que a LAM planeja reduzir seu quadro de aproximadamente 800 funcionários. 

O processo de venda está em fase final, aguardando assinaturas de contratos e aprovações em assembleias gerais. O governo também se comprometeu a adquirir duas aeronaves, mas nenhuma ação concreta foi tomada até o momento. 

A LAM enfrenta desafios críticos de operação, finanças e gestão, com impactos diretos nos passageiros e na economia do país. A reestruturação em curso é vista como uma última tentativa de salvar a companhia, mas sua eficácia ainda é incerta. 

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