
Maputo – Um episódio de violência envolvendo um alegado gerente estrangeiro e um agente da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) gerou uma onda de indignação entre trabalhadores de um supermercado na capital, depois de um funcionário ter sido agredido e ameaçado com disparos de arma de fogo.
Segundo relatos no local, o incidente ocorreu quando um dos trabalhadores solicitou autorização para sair por breves minutos para tratar de um assunto pessoal. O pedido foi recusado pelo suposto gerente, identificado por testemunhas como Abdull Aziz. O trabalhador insistiu e tentou sair pelas suas próprias mãos, o que terá levado o gerente a chamar um agente da UIR que se encontrava no recinto.
Testemunhas afirmam que, ao tentar conter o trabalhador, o agente da UIR agrediu-o com várias chapadas e efectuou dois disparos para o ar, alegadamente com o objectivo de intimidar o funcionário. Esta actuação gerou uma reacção imediata e enérgica por parte dos colegas do trabalhador, que contestaram veementemente o uso da força e os tiros disparados no interior do estabelecimento.
Face à revolta generalizada, o agente da UIR colocou-se em fuga, temendo represálias por parte dos trabalhadores. Momentos depois, a fúria dos funcionários voltou-se contra o suposto gerente, que foi agredido por alegadamente ter solicitado a intervenção do agente contra o trabalhador.
Fontes no local afirmam ainda que o gerente tem histórico de comportamento arrogante e desrespeitoso para com os funcionários, o que poderá ter exacerbado a tensão no momento do conflito.
O caso levanta sérias questões sobre o uso abusivo de forças de segurança em ambientes laborais e o tratamento dispensado aos trabalhadores moçambicanos, particularmente por parte de gestores estrangeiros.
> “Como é que um estrangeiro vem ao nosso país dar ordens para se massacrar moçambicanos?”, questionou um dos funcionários, visivelmente revoltado com a situação.