Gilé, Zambézia – 21 de Maio de 2025
Um episódio insólito abalou nos últimos dias o distrito de Gilé, na província da Zambézia, depois que um curandeiro foi chamado pela população local para investigar suspeitas de práticas obscuras na área. O caso culminou com a descoberta de objetos alegadamente ligados à magia negra, enterrados na residência de um pastor da Igreja União Batista.
De acordo com relatos de moradores, há semanas circulavam boatos de que o referido líder religioso estaria envolvido em práticas de feitiçaria, contrariando os princípios cristãos que publicamente pregava. A inquietação generalizada levou membros da igreja, vizinhos e outros residentes a recorrerem a um curandeiro tradicional, numa tentativa de “limpar espiritualmente” a zona.
O curandeiro, cuja identidade não foi revelada, realizou um ritual de despoletamento espiritual e, surpreendentemente, localizou — através do que populares chamam de “GPS espiritual” — diversos objetos considerados instrumentos de magia negra. Para espanto geral, os itens foram desenterrados exatamente no quintal da casa do pastor.
Entre os objetos retirados estavam bonecos envoltos em panos, frascos com líquidos não identificados e outros artefatos tradicionalmente associados a rituais de feitiçaria. A cena atraiu dezenas de curiosos, e gerou revolta e indignação entre os fiéis da igreja e a comunidade em geral.
“Estamos chocados. Sempre confiámos nele como homem de Deus. Hoje vimos com os nossos próprios olhos aquilo que negávamos acreditar”, disse uma moradora local.
Até o momento, o pastor em questão não se pronunciou oficialmente sobre o caso. Já a liderança da Igreja União Batista a nível distrital prometeu abrir uma investigação interna e colaborar com as autoridades, caso haja necessidade de responsabilização.
A Polícia da República de Moçambique ainda não emitiu nenhum comunicado sobre o episódio, mas fontes indicam que está a par da situação e poderá agir nos próximos dias.
Este caso reacende o debate sobre a mistura entre religião e práticas ocultas em algumas comunidades moçambicanas, e levanta questões sobre a credibilidade de alguns líderes religiosos.
A população de Gilé exige respostas e espera que a verdade venha completamente à tona nos próximos dias.