
Ministro ignora que em 2019 ficou provado no assassinato de Anastácio Matarele que atiradores eram da polícia
Ministro do Interior, Paulo Chachine, disse que não conhece os esquadrões da morte que assassinaram, nos últimos tempos, membros dos partidos da oposição e de algumas organizações da sociedade civil. Esta reacção do titular do pelouro do Interior no Governo de Daniel Chapo surge numa altura em que a sociedade civil exige ao Executivo esclarecimentos sobre os assassinatos um pouco por todo país.
Depois de Elvino Dias e Paulo Guambe, os esquadrões da morte, que tinham estado numa longa trégua após o assassinato de Anastácio Matarele, tentaram, mas sem sucesso, ceifar a vida de Joel Amaral, um dos fervorosos apoiantes de Venâncio Mondlane, em Quelimane, província da Zambézia.
Quando questionado sobre a existência dos esquadrões da morte em Moçambique, particularmente nas fileiras da Polícia da República de Moçambique, o Ministro do Interior, Paulo Chachine, que tem adoptado uma postura de “brincalhão”, quando desta vez não finge amnésia sempre que é interpelado pela imprensa, disse não ter conhecimento do grupo cuja missão é matar pessoas com pensamento diferente.
“Tenho lido, tenho ouvido falar em alguma imprensa sobre os esquadrões da morte, sobre o conceito. Não conheço, não sei se existem e onde é que existem”, disse Chachine, ignorando o facto de em 2019, o activista social Anastácio Matarele ter sido assassinado por agentes destacados do Grupo de Operações Especiais da Unidade de Intervenção Rápida da PRM, que apesar do acto macabro foram defendidos por destacado advogado da praça, contratado e pago por dinheiro dos cofres do Estado.
No entender de Chachine, ministro que costuma responder interpelações de jornalistas fazendo também perguntas, as autoridades estão concentradas em esclarecer qualquer tipo de crime.
“Quando há um crime, a preocupação é de esclarecer o crime, independentemente da pessoa, filiação religiosa e política. A polícia e outras entidades que trabalham nestes casos têm sempre a preocupação de esclarecer os crimes”.
Sobre o recente ataque na vila de Nhamapaza, arredores da província de Sofala, por indivíduos até aqui desconhecidos, o Ministro do Interior garantiu que a corporação está a trabalhar para esclarecer o que há por detrás do mesmo.