Qua. Abr 30th, 2025

Secretário de Estado Português e VM7 debatem reformas em Moçambique

O secretário de Estado português dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Nuno Sampaio, reuniu-se na semana passada em Maputo, com o ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, onde debateram sobre a criação de mecanismos de diálogo e reformas em Moçambique.

Segundo um comunicado tornado público através da sua conta oficial do Facebook, Mondlane afirmou que “o encontro, solicitado pelo governante português, decorreu no âmbito da sua visita ao País e traduziu uma mensagem clara que significa que Portugal acredita no novo ciclo que se inicia.”

“Tive a honra de ser recebido em audiência pelo secretário de Estado, Nuno Sampaio, num encontro de elevado significado político e diplomático para o futuro de Moçambique. Trocámos impressões sobre a situação nacional, após um longo período marcado pelas manifestações em massa em protesto contra os resultados das eleições”, explicou

Mondlane frisou que “durante a conversa franca e produtiva, Nuno Sampaio saudou o diálogo político iniciado com Daniel Chapo, ressaltando que o entendimento e a consulta política são fundamentais para consolidar a democracia e impulsionar o desenvolvimento económico e social que o povo deseja.”

Na reunião, também foram abordadas “questões relevantes relacionadas com o processo de criação do partido ‘Anamalala’, e as medidas concretas tomadas para fortalecer uma nova esperança nacional, baseada em princípios de liberdade, justiça e desenvolvimento inclusivo.”

Anamalala é uma expressão da língua local macua, da província de Nampula, no Norte de Moçambique, com o significado de “vai acabar” ou “acabou”, e foi usada por Mondlane durante a sua campanha eleitoral, popularizando-se também durante os protestos por si convocados em contestação aos resultados das eleições gerais de 9 de Outubro de 2024.

Recentemente, o embaixador da União Europeia em Moçambique, Antonino Maggiore, também esteve reunido com Venâncio Mondlane, encontro no qual considerou que o País está pronto para escrever uma nova página, olhando para os progressos alcançados nos debates entre o Governo e os partidos políticos.

Mondlane não reconhece os resultados das eleições de 9 de Outubro e liderou os protestos eleitorais mais tumultuosos que o País já viu desde as primeiras eleições multipartidárias em 1994, nos quais 390 pessoas perderam a vida em confrontos com a polícia.

Em Abril, o Parlamento aprovou por unanimidade, aclamação e em definitivo a lei do acordo político para pacificar o País, incluindo a revisão da Constituição da República e dos poderes do Presidente. O dispositivo legal, aprovado pelas quatro bancadas que compõem o Parlamento moçambicano, tem por base o acordo entre o chefe do Estado, Daniel Chapo, e todos os partidos políticos, assinado no passado dia 5 de Março e submetido à Assembleia da República para apreciação com carácter de urgência.

Entretanto, no dia 23 de Março, Venâncio Mondlane e Daniel Chapo encontraram-se pela primeira vez, tendo assumido o compromisso de cessar a violência no território nacional.

Recomendado para você

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Conteúdo protegido por MozToday.