Islamabad, 30 de abril de 2025 — O governo do Paquistão alertou nesta terça-feira (29) que a Índia estaria planejando uma ação militar contra seu território nas próximas 24 a 36 horas. A declaração foi feita pelo ministro da Informação, Attaullah Tarar, que afirmou possuir informações de inteligência “credíveis” sobre uma iminente incursão armada.
A tensão entre os dois países — ambos com arsenal nuclear — aumentou após o ataque de 22 de abril na região de Pahalgam, na Caxemira indiana, que resultou na morte de 26 turistas hindus. Nova Délhi responsabilizou extremistas com apoio estrangeiro pelo atentado, incluindo dois cidadãos paquistaneses, e acusou diretamente Islamabad de envolvimento, o que foi veementemente negado pelo Paquistão.
Em resposta, a Índia adotou uma série de medidas: suspendeu o Tratado das Águas do Indo, ordenou a expulsão imediata de cidadãos paquistaneses de seu território e fechou a fronteira de Wagah. O Paquistão, por sua vez, retaliou fechando seu espaço aéreo para aeronaves indianas e advertiu que qualquer tentativa de desvio do curso do Rio Indo será considerada um “ato de guerra”.
A situação também provocou trocas de tiros ao longo da Linha de Controlo (LoC), fronteira de facto na disputada região da Caxemira, violando o cessar-fogo vigente desde 2021. A escalada já mobilizou reações da comunidade internacional. A ONU, os Estados Unidos e o Reino Unido apelaram à contenção e ao diálogo diplomático.
O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, entrou em contato com o secretário-geral da ONU, António Guterres, pedindo mediação urgente para evitar um confronto direto. “O Paquistão está comprometido com a paz, mas responderá com toda a força a qualquer agressão”, afirmou Sharif.
Diante de uma das mais graves crises bilaterais dos últimos anos, o mundo observa com apreensão os desdobramentos. Qualquer erro de cálculo entre Nova Délhi e Islamabad poderá desencadear consequências devastadoras para a região e além.