
O Partido ANAMOLA, recentemente aprovado e liderado por Venâncio António Bila Mondlane, endereçou uma carta oficial ao Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, solicitando a sua inclusão no diálogo nacional inclusivo.
Na missiva, datada de 21 de agosto de 2025, o partido defende que, apesar de ainda não ter assento parlamentar, representa uma franja significativa da sociedade moçambicana. O documento recorda que o seu líder foi o segundo candidato presidencial mais votado nas eleições de 2024, o que, segundo sublinha, garante legitimidade política e participação ativa no processo de diálogo.
O ANAMOLA argumenta que o atual modelo de diálogo exclui partidos sem representação parlamentar, situação que considera injusta e desajustada face à realidade política do país. Por essa razão, solicita ao Chefe de Estado o uso da prerrogativa constitucional e do procedimento legislativo simplificado para promover a alteração pontual da Lei n.º 1/2025, de 11 de abril, que estabelece que apenas partidos com assento na Assembleia da República, nas Assembleias Provinciais e nas Autarquias possam participar formalmente.
Segundo Venâncio Mondlane, a exclusão do ANAMOLA não só contraria o espírito de inclusão, mas também ignora a vontade expressa de milhares de moçambicanos. O dirigente lembra ainda que já manteve encontros de diálogo com o Presidente Chapo, na presença de individualidades de reconhecido mérito, o que reforça a sua legitimidade.
No documento, o ANAMOLA junta uma anteproposta de alteração legislativa e reitera que “a paz e o diálogo devem ser menos falados e mais praticados”. Mondlane afirma que o partido está preparado para contribuir de forma construtiva para o processo de reconciliação nacional e espera que o seu pedido seja considerado com caráter de urgência.
A carta conclui apelando ao compromisso coletivo pelo diálogo inclusivo, defendendo que este deve ser um exercício efetivo de participação democrática e não apenas uma formalidade política.