
As autoridades moçambicanas afirmam haver “indicações claras” de retirada dos grupos armados responsáveis pelos recentes ataques na Reserva Especial do Niassa, no norte do país. Apesar disso, reconhecem que a situação na região continua tensa e exige vigilância constante.
“Continuamos ainda com um ambiente desafiante, mas temos indicações claras de que os insurgentes estão a deslocar-se para fora da reserva. Este cenário traz um sinal de esperança e abre espaço para pensarmos no futuro da área após este período de tensão”, declarou Pejulo Calenga, diretor-geral da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), em declarações à comunicação social.
A Reserva Especial do Niassa foi palco, em abril, de ataques atribuídos a grupos rebeldes, que resultaram em pelo menos dois mortos e dois desaparecidos. Nos últimos dias, o grupo extremista Estado Islâmico reivindicou, através dos seus canais de propaganda, a autoria de um ataque na província, alegando ter feito três vítimas mortais.
Segundo Calenga, a situação na reserva é monitorada diariamente pelas autoridades. “Estamos a trabalhar para assegurar que, num futuro próximo, tenhamos a situação totalmente controlada”, afirmou.
A REN, uma das maiores áreas de conservação do país, tem sido alvo de preocupações crescentes devido à presença de insurgentes ligados ao extremismo islâmico, que desde 2017 têm protagonizado ataques na província vizinha de Cabo Delgado e, mais recentemente, expandido as suas ações para o Niassa.
As autoridades destacam que, apesar dos avanços no terreno, a vigilância e a cooperação entre forças de defesa, conservação e comunidades locais continuam essenciais para restaurar a estabilidade na região.