Sex. Mai 30th, 2025

Contrabandista de Madeira Volta a Mandar nas Florestas

Em mais um episódio que desafia a lógica da ética na administração pública moçambicana, Imede Falume, antigo director nacional de Florestas, foi recentemente reconduzido ao cargo de director nacional de Florestas e Fauna Bravia. A nomeação gera forte indignação, uma vez que o mesmo é indiciado como facilitador de esquemas de contrabando de madeira nas províncias de Niassa e Cabo Delgado.

Falume havia sido afastado do cargo em 2022, após investigações conduzidas por autoridades competentes terem sugerido o seu possível envolvimento em redes de exploração ilegal de madeira, um sector historicamente marcado por corrupção, exploração desordenada dos recursos naturais e fraca fiscalização.

A recondução do antigo dirigente levanta sérias questões sobre os critérios usados na nomeação de quadros para cargos de chefia no aparelho do Estado, alimentando a percepção de que, em Moçambique, estar envolvido em escândalos ou sob suspeita de práticas ilícitas pode ser, paradoxalmente, uma via para ascender ou regressar a posições de poder.

Fontes do sector ambiental e membros da sociedade civil já manifestaram preocupação com a nomeação, alertando para o risco de enfraquecimento dos esforços de combate à exploração ilegal de madeira — uma prática que tem consequências devastadoras para o meio ambiente e para as comunidades locais.

Organizações de defesa ambiental apelam a uma revisão urgente desta nomeação e exigem maior rigor e transparência na gestão dos recursos naturais do país. Até ao momento, o Governo não se pronunciou oficialmente sobre as razões que levaram à recondução de Falume, nem sobre o estado actual das investigações que o envolvem.

Enquanto isso, cresce a percepção pública de que, em Moçambique, a impunidade continua a premiar os suspeitos de má conduta, minando a confiança nas instituições e comprometendo os ideais de boa governação.

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