Um dos aviões mais temidos e enigmáticos da aviação militar norte-americana, conhecido como o “avião do fim do mundo”, aterrou esta semana na Joint Base Andrews, nos arredores de Washington D.C., reacendendo rumores sobre uma possível escalada militar no Médio Oriente.

Trata-se do Boeing E-4B Nightwatch, uma aeronave da Força Aérea dos Estados Unidos concebida para funcionar como centro de comando aéreo em caso de guerra nuclear ou catástrofe nacional. O voo partiu da base aérea de Barksdale, no estado da Louisiana, ao final da tarde de terça-feira (18), tendo pousado na capital por volta das 22h locais.

A chegada do E-4B, que usava o indicativo de chamada “ORDER01”, um código pouco habitual, foi acompanhada por movimentações aéreas paralelas, incluindo helicópteros militares que sobrevoaram a cidade, alimentando especulações sobre uma possível operação de alto nível.

Potência aérea preparada para o impensável
O E-4B é frequentemente chamado de “Pentágono Voador”, por estar equipado com tecnologia de comando e controlo capaz de resistir a impulsos eletromagnéticos, ataques cibernéticos e até uma detonação nuclear. Pode transportar até 112 pessoas, operar durante dias consecutivos através de reabastecimento aéreo e manter comunicações estratégicas com forças militares espalhadas pelo globo.

Este tipo de mobilização não é comum. A última vez que o avião foi avistado perto da capital em circunstâncias semelhantes remonta aos atentados de 11 de Setembro de 2001.

Contexto geopolítico tenso
A movimentação surge numa altura particularmente delicada. O ex-presidente Donald Trump, que voltou recentemente ao centro das atenções políticas, fez declarações públicas defendendo uma “rendição incondicional” do Irão. Paralelamente, os Estados Unidos têm reforçado a sua presença militar na região do Golfo Pérsico, incluindo bombardeiros estratégicos e porta-aviões.

Apesar do aparato, fontes militares garantem que a aterragem do E-4B faz parte de operações de rotina e de treino, assegurando que não há qualquer indicação de ataque iminente. Ainda assim, analistas de segurança alertam que este tipo de movimentações serve muitas vezes para transmitir força e dissuasão em cenários de tensão internacional.

Mistério e vigilância
O E-4B permanece estacionado na base de Andrews, sob forte vigilância. A Casa Branca e o Pentágono recusaram comentar o motivo específico da aterragem.

Com o cenário internacional cada vez mais volátil, a presença do chamado “avião do fim do mundo” em território norte-americano serve como lembrete simbólico da prontidão nuclear dos EUA — e do quão ténue pode ser a linha entre dissuasão e confronto.