O líder supremo do Irão, aiatolá Ali Khamenei, prometeu esta sexta-feira uma retaliação “severa” contra Israel, após um ataque aéreo que terá atingido alvos militares e nucleares em território iraniano. Entre os locais atingidos estará a central de Natanz, um dos centros nevrálgicos do programa nuclear iraniano, bem como instalações ligadas à Guarda Revolucionária e a cientistas associados ao sector.

Num discurso transmitido pela televisão estatal, Khamenei acusou Telavive de “cruzar uma linha vermelha” e advertiu que Israel “se preparou para si mesmo um destino amargo e doloroso”. O líder iraniano referiu ainda que “a resposta será firme, calculada e dolorosa”, sublinhando que o ataque não ficará sem consequências.

O ataque, cujas dimensões ainda estão a ser avaliadas por agências internacionais, terá causado múltiplas vítimas entre membros da elite militar iraniana, de acordo com fontes locais. Embora Israel não tenha oficialmente assumido a autoria da ofensiva, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu defendeu recentemente “ações preventivas” contra a ameaça representada pelo avanço nuclear iraniano.

Nos Estados Unidos, a Casa Branca afirmou estar a acompanhar os desenvolvimentos “com preocupação”, mas evitou comentar uma eventual participação americana na operação. O Departamento de Estado apelou à “moderação de todas as partes”.

Entretanto, o Irão elevou o estado de alerta das suas forças armadas e mobilizou unidades adicionais para regiões fronteiriças sensíveis. O porta-voz das Forças Armadas iranianas declarou que “o inimigo sionista e os seus aliados pagarão caro” pelo ataque, levantando receios de uma escalada regional.

O episódio marca um novo pico de tensão no Médio Oriente, já abalado por confrontos anteriores entre Israel e forças apoiadas por Teerão no Líbano, Síria e Faixa de Gaza. Observadores internacionais temem que uma retaliação direta do Irão possa dar origem a um conflito aberto entre os dois países — algo sem precedentes desde a Revolução Islâmica de 1979.