Muchanga contra Momade: Crise na RENAMO expõe divisões e acusações de traição 

António Muchanga, deputado da RENAMO na Assembleia Provincial de Maputo, rompeu o silêncio para rebater acusações de financiamento a ex-guerrilheiros e criticar duramente a liderança de Ossufo Momade, acusando-o de “enterrar o partido”. As declarações acirram a crise no maior partido da oposição em Moçambique, revelando um cenário de disputas internas e falta de consenso. 

Acusações graves e processo judicial 
Muchanga classificou como “infundadas” as alegações de que estaria financiando antigos combatentes para desestabilizar a RENAMO. Ele anunciou ter aberto um processo contra Samuel “Sacul” Cardoso da Machava, autor das denúncias nas redes sociais, e sugeriu cumplicidade entre este e Momade: “Fiquei surpreso ao ver Samuel ao lado do presidente, o que me leva a crer que há cumplicidade”. 

Críticas à liderança de Momade 
O ex-candidato a governador de Maputo não poupou críticas ao atual líder da RENAMO, afirmando que Momade está cercado por “bajuladores” que o afastam das decisões certas: “Ele está a destruir o partido e a própria imagem como político”. Muchanga negou, porém, defender a destituição imediata de Momade, propondo uma reunião alargada de quadros para avaliar a crise. 

Não vim para ser deputado” 
Sobre insinuações de que estaria ressentido por não ter sido incluído na lista de deputados nacionais, Muchanga foi enfático: “Não vim à RENAMO para ser deputado. Se for, é consequência do meu trabalho”. Ele ainda destacou seu histórico no partido, lembrando seu papel na clandestinidade e em recrutamentos estratégicos, em contraste com membros que, segundo ele, hoje ocupam espaços sem mérito. 

Crise institucional 
A RENAMO enfrenta protestos de ex-guerrilheiros, ocupações de sedes e divisões profundas. Muchanga atribui o caos a más decisões da liderança, enquanto Momade enfrenta pressões para renunciar. A disputa expõe a fragilidade do partido, que tenta se reinventar após anos de conflitos internos e derrotas eleitorais. 

O futuro da RENAMO permanece incerto, com Muchanga e outros dissidentes exigindo mudanças radicais. Enquanto isso, Momade resiste, mas a unidade do partido parece cada vez mais distante. Evidências

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