A pressão contra o líder da RENAMO, Ossufo Momade, intensifica-se a cada dia. Na madrugada desta terça-feira, desmobilizados da província de Manica chegaram à sede nacional do partido, em Maputo, para se juntarem aos companheiros que desde a semana passada exigem a sua demissão imediata.
Segundo informações recolhidas no local, o grupo foi recebido com aplausos pelos outros manifestantes, que permanecem acampados na sede da RENAMO, num protesto pacífico mas determinado. Ainda hoje, há expectativa da chegada de mais desmobilizados oriundos das províncias de Tete e da Zambézia, o que poderá aumentar ainda mais a tensão interna.
O movimento, que tem ganhado força nos últimos dias, é liderado por antigos guerrilheiros que acusam Ossufo Momade de má liderança, exclusão interna e incumprimento de promessas feitas durante o processo de Desmobilização, Desmilitarização e Reintegração (DDR). Muitos dos manifestantes afirmam que foram abandonados à própria sorte, sem apoios sociais nem reintegração efetiva na sociedade.
“O número de desmobilizados e membros que chegam à sede cresce diariamente. Estamos firmes aqui até que a nossa voz seja ouvida e haja mudança real”, afirmou um dos líderes do protesto.
A RENAMO ainda não se pronunciou oficialmente sobre o aumento da pressão interna nem sobre as reivindicações específicas dos manifestantes. Enquanto isso, cresce o cerco simbólico ao líder do maior partido da oposição moçambicana, num cenário que poderá marcar um ponto de viragem na sua liderança.