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Irão exige esclarecimentos “corajosos” e “rápidos” a Portugal sobre eventual apoio a ataque dos EUA

Lisboa — O embaixador do Irão em Portugal, Majid Tafreshi, apelou ao Governo português para que esclareça de forma “rápida” e “corajosa” se teve algum envolvimento, direto ou indireto, no alegado apoio dos Estados Unidos a um ataque recente contra instalações nucleares iranianas.

Em entrevista à CNN Portugal, Tafreshi referiu-se especificamente à possibilidade de Portugal ter colaborado com os EUA, nomeadamente através da Base das Lajes, nos Açores, utilizada frequentemente para operações militares americanas. Segundo o diplomata, Teerão exige saber se Lisboa tinha conhecimento prévio das ações norte-americanas e se facilitou, de alguma forma, a operação.

> “O que é importante saber é o que sabia sobre a agressão e se está intencionalmente de acordo. E se concorda, o país devia declará-lo corajosamente”, afirmou Tafreshi à CNN.



A entrevista surge num contexto de elevada tensão no Médio Oriente, após ataques a estruturas estratégicas iranianas atribuídos a Israel e, segundo o Irão, realizados com o apoio logístico de aliados ocidentais. O embaixador reiterou que, para o Irão, qualquer forma de envolvimento — seja logístico, diplomático ou simbólico — deve ser reconhecida de forma transparente.

Até ao momento, o Governo português ainda não se pronunciou publicamente sobre o teor das declarações do representante iraniano. No entanto, fontes diplomáticas asseguram que Portugal continua a respeitar os compromissos internacionais no âmbito da NATO e das Nações Unidas, mantendo uma posição de equilíbrio nas relações exteriores.

Tafreshi tem feito uma ronda de entrevistas em meios de comunicação portugueses, onde apela à comunidade internacional para condenar o que classifica como “atos de agressão” contra o Irão, e critica o que considera ser uma normalização do uso da força por parte de potências ocidentais e de Israel.

A tensão diplomática entre Teerão e os seus interlocutores europeus continua a aumentar, e Portugal, embora tradicionalmente afastado de conflitos diretos com o Irão, vê-se agora pressionado a clarificar a sua posição perante estas acusações.

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