Moscou, 8 de maio de 2025 — O presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, discursou nesta quarta-feira durante um jantar solene oferecido aos chefes de delegações internacionais e convidados de honra presentes às cerimônias que marcam o 80º aniversário da Vitória na Grande Guerra Patriótica (1941–1945), destacando o papel decisivo da União Soviética na derrota do nazismo e defendendo um mundo multipolar baseado no respeito mútuo e na justiça.

“Vieste a Moscovo para partilhar connosco a alegria da Vitória sobre o Nazismo, para honrar a memória dos heróis que salvaram a humanidade”, afirmou Putin, ao saudar as lideranças estrangeiras reunidas na capital russa. Ele classificou o 9 de maio como uma “data sagrada” para o povo russo e exaltou o feito das gerações que lutaram pelo direito à autodeterminação e preservação das culturas nacionais.

O presidente também lembrou os esforços dos aliados da coalizão anti-Hitler, incluindo nações da Europa, das Américas, da África e da Ásia-Pacífico. “A Vitória foi liderada pelos esforços conjuntos dos povos. Não esqueceremos nossos aliados e camaradas na luta sagrada”, disse.

Putin destacou ainda o papel fundacional das Nações Unidas na arquitetura de segurança global após 1945, defendendo o fortalecimento de seu papel central. Ele reiterou que “a procura e a importância das Nações Unidas estão a aumentar novamente” no contexto atual de transição geopolítica, fazendo referência à última cúpula do BRICS em Kazan como exemplo de diálogo internacional multipolar.

Em tom conciliador, o líder russo valorizou a diversidade representada pelas delegações internacionais presentes: “E tal diversidade não nos separa, mas pelo contrário, nos enriquece e nos fortalece”. Ele defendeu uma ordem global baseada em justiça, igualdade, segurança indivisível e responsabilidade compartilhada pelas gerações futuras.

O jantar foi encerrado com um brinde solene “à geração de vencedores, à Grande Vitória, à paz e ao bem-estar”. A celebração em Moscou ocorre num contexto de crescentes tensões geopolíticas, mas também de esforços russos para consolidar parcerias estratégicas fora do eixo ocidental tradicional.