
O plano do Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, de cortar 555 milhões de dólares emfinanciamento ao fundo do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) poderá ter consequências significativas para o continente africano, alertou Samuel Munzele Maimbo, candidato à presidência da instituição. O corte foi anunciado pela Casa Branca a 2 de Maio, com o argumento de que o fundo “não estava actualmente alinhado com as prioridades do Governo norte-americano.”
Segundo Maimbo, o corte de financiamento terá “repercussões enormes”. Caso seja eleito no final deste mês, o candidato pretende envolver os EUA nos planos do BAD, numa tentativa de mitigar os efeitos da decisão.
O investimento agora cancelado destinava-se ao principal fundo do BAD para os países menos desenvolvidos de África. Com esta decisão, os esforços para apoiar economias frágeis enfrentam maiores obstáculos, num momento em que também outros doadores internacionais estão a reduzir o seu apoio.
A redução no financiamento coloca ainda mais pressão sobre o BAD, que já lida com crescentes desafios para manter o apoio financeiro ao desenvolvimento africano. A saída simultânea de vários parceiros internacionais agrava a situação e compromete projectos em curso.
Maimbo salientou que a intenção de Trump de eliminar os 555 milhões de dólares de ajuda deverá ser respondida com um reforço do diálogo entre o banco e os EUA. O candidato defende que o envolvimento americano continua a ser essencial para o sucesso da instituição.
O alerta surge numa fase decisiva para o futuro do BAD e da cooperação internacional em África. A nova liderança da instituição será escolhida no final deste mês, e a posição de Maimbo revela o peso estratégico que a ajuda externa ainda tem no continente. Blomberg