Londres, 14 de maio de 2025 — O britânico Peter Sullivan, de 68 anos, foi oficialmente ilibado nesta terça-feira pelo Tribunal de Recurso de Londres, após cumprir 38 anos de prisão por um crime que não cometeu. A decisão marca o mais longo período de encarceramento injusto já registado no Reino Unido.
Sullivan foi condenado em 1986 pelo homicídio de Diane Sindall, uma jovem de 21 anos brutalmente assassinada em Bebington, próximo a Liverpool. Desde então, ele manteve a sua inocência, apelando repetidamente da sentença sem sucesso — até agora.
A reviravolta no caso ocorreu após uma nova análise de ADN, que concluiu que o material genético recolhido na cena do crime não correspondia ao de Sullivan. A evidência levou o tribunal a rever a condenação e a absolvê-lo integralmente.
“Esta é uma tragédia incomensurável. O senhor Sullivan perdeu quase quatro décadas da sua vida devido a um erro grave do sistema judicial”, afirmou o juiz responsável pelo veredicto. Autoridades judiciais prometeram uma investigação sobre as falhas no processo original e indicaram que o caso será usado como exemplo na revisão de condenações antigas.
A decisão provocou reações de indignação e compaixão em todo o país. Organizações de direitos civis exigem reformas profundas no sistema penal britânico, destacando a importância da revisão periódica de provas forenses.
Peter Sullivan, agora livre, ainda não comentou publicamente sobre a decisão, mas o seu advogado indicou que medidas legais estão sendo preparadas para compensação. “Nada pode devolver-lhe o tempo perdido, mas ele merece justiça completa”, afirmou.
Este caso reacende o debate sobre os limites da justiça e a necessidade de garantias mais sólidas para evitar que inocentes paguem pelos erros do sistema.