Valência, 5 de junho de 2025 — Uma cidadã italiana foi detida pelas autoridades espanholas em Valência, acusada de ter raptado a própria filha e de a ter mantido escondida durante mais de uma década, recorrendo a identidades falsas. A detenção ocorreu na sequência de uma investigação conjunta entre os serviços de segurança de Itália e de Espanha.
O caso remonta a 2013, quando a mulher fugiu com a filha, então com apenas três anos, depois de um tribunal de Milão ter atribuído a custódia da menor aos serviços sociais italianos. Desde então, mãe e filha viveram em território espanhol, sempre sob nomes fictícios.
A operação que levou à detenção foi desencadeada após uma denúncia apresentada em abril de 2023 pelo pai biológico da menor, cuja identidade era até então desconhecida da própria criança. Após mais de um ano de diligências, as autoridades conseguiram localizar ambas em Valência.
A jovem, agora com 13 anos, foi imediatamente colocada sob proteção dos serviços sociais espanhóis, enquanto a mãe foi detida com base num mandado de captura europeu emitido pelas autoridades italianas. Além da progenitora, foi também detido o atual companheiro da mulher, suspeito de cumplicidade no rapto e na ocultação da menor.
Entretanto, em Itália, a avó da menina e o marido desta foram colocados em prisão domiciliária, também por alegada colaboração no sequestro prolongado da criança.
Recorde-se que a mulher já tinha sido condenada em 2019 por incumprimento de uma ordem judicial e por sequestro de menores. O tribunal espanhol decretou agora prisão preventiva para a mãe e o companheiro, invocando risco de fuga e possível reincidência.
Este caso vem reforçar a relevância da cooperação internacional entre as polícias e sistemas judiciais da União Europeia na luta contra crimes transfronteiriços e na salvaguarda dos direitos das crianças.