Sáb. Mai 31st, 2025

Ex-presidente da Mauritânia condenado a 15 anos de prisão por corrupção

O ex-presidente da Mauritânia, Mohamed Ould Abdel Aziz, foi condenado a 15 anos de prisão por crimes de corrupção económica. A decisão foi tomada por um tribunal de apelação em Nouakchott, que agravou a pena anterior de cinco anos, proferida em dezembro de 2023. A sentença inclui ainda uma multa de três milhões de dólares e o confisco dos bens do ex-chefe de Estado.

Aziz, que governou o país entre 2008 e 2019 após liderar dois golpes militares e vencer subsequentes eleições, foi considerado culpado de enriquecimento ilícito, abuso de poder e lavagem de dinheiro. Durante o seu mandato, o ex-presidente teria acumulado ilegalmente mais de 70 milhões de dólares em ativos.

A condenação surge na sequência de uma extensa investigação parlamentar iniciada em 2020, que identificou práticas de corrupção envolvendo contratos públicos, exploração de recursos e movimentações financeiras não justificadas. Além de Aziz, outras figuras do seu círculo íntimo, incluindo o seu genro, também foram condenadas — neste caso, a dois anos de prisão por tráfico de influência. A fundação “Errahma”, gerida pelo seu filho, foi igualmente dissolvida, e os seus bens confiscados.

Mohamed Ould Abdel Aziz sempre negou as acusações, alegando tratar-se de uma perseguição política liderada pelo seu sucessor e antigo aliado, o atual presidente Mohamed Ould Cheikh El Ghazouani. A defesa de Aziz argumentou que apenas uma jurisdição superior teria competência para julgá-lo, tendo já anunciado intenção de recorrer à Suprema Corte.

Este caso marca um momento inédito na história recente da África Ocidental, onde raramente antigos presidentes são responsabilizados por crimes económicos. Analistas consideram a decisão como um passo significativo para o combate à corrupção num país onde mais de metade da população vive abaixo do limiar da pobreza, apesar das vastas riquezas naturais.

A condenação de Aziz envia uma mensagem clara sobre a crescente pressão da sociedade civil e da comunidade internacional por maior transparência e responsabilização na governação africana.

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