Lourenço do Rosário iliba VM7 e avisa: “As ruas existem, se (CNE, CC) errarem de novo, será pior”

O académico Lourenço do Rosário voltou a pronunciar-se de forma contundente sobre o clima político pós-eleitoral em Moçambique, numa entrevista concedida à TV Sucesso, no programa visão política, conduzida por Afonso Chavo, na noite de ontem.

Sem rodeios, Do Rosário afirmou que as manifestações populares não são obra de um indivíduo, nem de um agitador como VM7 (Venâncio Mondlane), mas sim uma reação natural do povo às injustiças, ilegalidades e ilegitimidades do processo eleitoral.

“Aqui em Moçambique ainda não se respeitam as ruas. As ruas existem. Eles são cidadãos e têm legitimidade”, afirmou o académico, numa clara defesa do direito do povo de expressar o seu descontentamento.

Lourenço do Rosário comparou a situação moçambicana com exemplos de países africanos onde a força das ruas levou à mudança política, como Egipto, Quénia, Madagáscar e Malawi, lembrando que nesses contextos as manifestações surgiram como expressão soberana do povo e não como atos de vandalismo.

Para o académico, o grande erro das autoridades moçambicanas tem sido julgar as consequências das manifestações, e não as causas, perpetuando um ciclo de injustiça e repressão.

“Achar que se pode continuar a prevaricar porque as pessoas não devem agir é um erro. As manifestações serão piores se a FRELIMO achar-se eterna”, alertou.

Numa passagem que gerou particular atenção, Do Rosário reconheceu que Daniel Chapo tem perfil de Presidente, mas sublinhou que o processo que o conduziu à liderança do partido carece de legitimidade, deixando implícita uma crítica à forma como as últimas eleições foram conduzidas.

A entrevista terminou com um aviso direto:

“Se não se respeitarem as ruas, as próximas manifestações serão piores — e aí haverá mudanças.”

A mensagem de Lourenço do Rosário foi interpretada por muitos como um alerta à FRELIMO, à CNE e ao Conselho Constitucional, para não repetirem os erros de 2024 e subestimarem a força popular que começa a ganhar voz e consciência política em todo o país.

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