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Funcionários públicos forçados a regressar a zonas de ataque em Mocímboa da Praia

Pemba, Cabo Delgado – O Governo do distrito de Mocímboa da Praia está a exigir o regresso imediato de todos os funcionários públicos que haviam abandonado a vila devido à intensificação dos ataques terroristas nos últimos meses.

A decisão foi formalizada através de um ofício datado de 28 de outubro de 2025, assinado pelo administrador distrital Sérgio Domingos Cipriano, no qual se solicita a todos os funcionários abrangidos “que se apresentem nas devidas instituições até ao dia 3 de novembro de 2025”.

“Face aos acontecimentos, o crescente retorno da população aliado à segurança que se constata, o Governo do distrito solicita a presença de todos os funcionários”, lê-se no documento oficial emitido pelo Gabinete do Administrador de Mocímboa da Praia.

Contudo, a medida está a gerar forte contestação entre os funcionários públicos, que afirmam continuar a temer pela sua segurança. Um deles, em declarações ao Ikweli, afirmou que “ninguém está a favor do nosso regresso. Quando pedimos transferência para zonas seguras, negam! Querem manter-nos em Mocímboa, mesmo depois de três professores terem sido decapitados sem qualquer apoio do Governo ou da ONP”.

Outra fonte, também citada pelo Ikweli, revelou que o administrador reuniu-se recentemente com membros do governo distrital antes da emissão do documento. “Todos os sectores estão a trabalhar, com exceção do Registo e da Direção de Identificação Civil. Algumas ONG’s já regressaram à vila, incluindo os Médicos Sem Fronteiras, cujos funcionários foram instruídos a retomar as atividades na primeira semana de novembro”, afirmou.

Ainda segundo a mesma fonte, “foi deixado um comunicado de vagas” para substituir os funcionários que se recusem a regressar.

A decisão surge num momento em que a situação de segurança em Mocímboa da Praia permanece instável, com relatos contínuos de ataques esporádicos atribuídos a grupos insurgentes ativos na região norte de Cabo Delgado. Continue lendo

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