
O ambiente político e institucional em Moçambique tornou-se cada vez mais hostil à liberdade de expressão e ao exercício do jornalismo, especialmente durante o último período eleitoral. A denúncia é feita pelo MISA Moçambique, que lançou hoje, em Maputo, o Relatório sobre o Estado da Liberdade de Imprensa e da Desinformação em 2024
Segundo o documento, o ano passado foi particularmente crítico no que diz respeito à violação das liberdades fundamentais, com destaque para a liberdade de imprensa. O relatório conclui que o aumento do autoritarismo estatal compromete seriamente o trabalho dos profissionais da comunicação social, muitos dos quais têm atuado sob forte intimidação, censura e risco de violência.
A organização alerta que a crescente repressão está a gerar um clima de medo e autocensura nas redações, dificultando o papel da imprensa como fiscalizadora do poder e promotora da transparência. “Os jornalistas vivem sob constante receio de represálias, o que mina o exercício livre da profissão e compromete o direito dos cidadãos à informação”, sublinha o relatório.
O MISA Moçambique exorta as autoridades a respeitarem os direitos constitucionais, a garantirem a segurança dos jornalistas e a porem fim à impunidade dos crimes cometidos contra os profissionais da imprensa.