
Maputo — A Polícia da República de Moçambique (PRM) afirmou hoje à agência Lusa que as investigações sobre o duplo homicídio de Elvino Dias e Paulo Guambe ainda decorrem, um ano após o crime que chocou o país e levantou suspeitas de motivações políticas.
Elvino Dias, advogado e assessor jurídico de Venâncio Mondlane, e Paulo Guambe, mandatário e cineasta, foram assassinados a tiro em outubro de 2024, em Maputo. Ambos estavam ligados à campanha presidencial de Mondlane, que concorreu nas eleições gerais daquele ano.
Questionado sobre o andamento do processo, um porta-voz da PRM limitou-se a confirmar que o caso “continua em investigação”, sem avançar detalhes sobre eventuais detenções ou suspeitos identificados.
Por sua vez, Venâncio Mondlane manifestou ceticismo quanto à possibilidade de justiça. “Não posso dizer nunca. O que posso dizer é que, com o regime atual, com o sistema judiciário atual, será muito difícil nós termos justiça”, afirmou o político, sublinhando que o silêncio prolongado das autoridades reforça a percepção de impunidade em casos de natureza política.
O duplo homicídio permanece sem esclarecimento público, apesar dos pedidos de organizações da sociedade civil e de direitos humanos para que o Estado responsabilize os autores materiais e morais do crime.
O caso continua a ser um símbolo da tensão política e da fragilidade institucional em Moçambique, num contexto em que ativistas e opositores têm denunciado intimidações e perseguições por motivos políticos.
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