Em 23 de março de 1994, o voo 593 da Aeroflot, um Airbus A310 que ia de Moscou a Hong Kong, caiu na Sibéria, causando a mort€ de todas as 75 pessoas a bordo.

Tudo começou quando o comandante Yaroslav Kudrinskyi, de 40 anos, levou seus dois filhos para a cabine, algo ainda permitido na época.

Durante o voo, ele pediu que sua filha de 12 anos se sentasse em sua poltrona enquanto ajustava o piloto automático, fazendo-a acreditar que controlava a aeronave durante uma leve curva. Depois, seu filho de 16 anos, animado e ansioso, assumiu o lugar do piloto. O comandante instruiu o filho a repetir os mesmos comandos dados à irmã, mas o garoto executou a manobra antes do ajuste do piloto automático, desconectando parte do sistema.

O aviso de piloto automático desconectado apareceu no painel, mas passou despercebido na cabine. O avião então inclinou as asas em um ângulo de 45° graus, ultrapassando o limite seguro estabelecido pelo fabricante. Confuso, o garoto perguntou ao pai por que a aeronave fazia a curva, momento em que os pilotos perceberam o problema e tentaram corrigir, mas já era tarde demais.

O Airbus entrou em uma curva acentuada, perdeu altitude e despencou a mais de 700 km/h. A caixa-preta confirmou que o erro humano, provocado pela presença dos filhos na cabine, foi a principal causa do acidente. Após o episódio, o acesso à cabine passou a ser rigorosamente controlado.