Brasil mantém mais bois do que pessoas, revela IBGE

O Brasil segue como um país onde o gado supera a população humana, conforme dados recentes da Pesquisa da Produção da Pecuária Municipal (PPM) 2024, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 18 de setembro de 2025. O rebanho bovino nacional atingiu 238,2 milhões de cabeças ao final de 2024, enquanto a população humana está estimada em 213,4 milhões de habitantes, segundo projeções do IBGE para julho de 2025. A diferença de aproximadamente 24,8 milhões de cabeças de gado consolida a posição do Brasil como líder mundial na pecuária.

O estado do Mato Grosso lidera com 32,9 milhões de bovinos (13,8% do total nacional), seguido pelo Pará (25,6 milhões) e Goiás (23,2 milhões). O município paraense de São Félix do Xingu destaca-se com 2,5 milhões de cabeças, o maior rebanho municipal do país. Apesar de uma leve queda de 0,2% no efetivo bovino em relação a 2023, o setor celebrou recordes no abate, com 39,27 milhões de cabeças processadas em 2024 – alta de 15,2% – e produção de 10,2 milhões de toneladas de carne, segundo o IBGE.

As exportações de carne bovina in natura cresceram 22,8% em volume e 26,9% em faturamento, impulsionadas pela China (52% do total) e forte aumento da demanda nos estados unidos (+93,8%). “O Brasil é uma potência na produção de carne, mas ajustes no rebanho sinalizam preocupação com sustentabilidade”, afirma Paula Menezes, gerente da pesquisa do IBGE. Projeções do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) sugerem que o rebanho pode cair para 182,18 milhões de cabeças até o fim de 2025, o menor desde 2008, devido ao abate elevado de fêmeas e animais jovens.

Enquanto isso, a população brasileira cresce lentamente, a 0,39% ao ano, com capitais como São Paulo concentrando 23,1% dos habitantes. O IBGE prevê que o Brasil alcance 220,43 milhões de pessoas em 2041, antes de iniciar um declínio. A predominância do gado sobre a população reflete a força econômica da pecuária, mas reacende debates sobre impactos ambientais, como o desmatamento na Amazônia e emissões de metano. Especialistas da Embrapa reforçam a necessidade de práticas sustentáveis para manter o equilíbrio entre crescimento econômico e preservação ambiental.
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