
Nuke Transportes ameaça despedir 11 trabalhadores moçambicanos por exigir salário

Marara, Tete — A empresa chinesa Nuke Transportes, subcontratada pela mineradora indiana Jindal-África, que opera na exploração de carvão mineral no distrito de Marara, província de Tete, pondera despedir onze trabalhadores moçambicanos que participaram numa paralisação no dia 4 de Junho de 2025.
Segundo um documento interno confidencial a que este jornalista teve acesso, a Nuke Transportes invoca o artigo 63.º da Lei do Trabalho e o seu regulamento interno para justificar a rescisão dos contratos por justa causa. O motivo alegado é a participação dos colaboradores numa greve classificada pela empresa como ilegal, bem como a reincidência no incumprimento das normas internas.
> “A empresa resolverá rescindir os contratos de trabalho dos seguintes 11 colaboradores, por terem organizado ou participado ativamente na greve ilegal e por reincidência no descumprimento das normas internas, podendo ainda ser responsabilizados civil e criminalmente”, refere o documento.
A maioria dos trabalhadores visados exerce a função de Operador de Camião, com datas de ingresso na empresa entre Julho de 2022 e Maio de 2024. Um dos funcionários é Supervisor de Segurança e outro, Operador de Oficina.
A paralisação de 4 de Junho teve como principal reivindicação o cumprimento de uma promessa feita há mais de dois anos pela empresa: a revisão salarial. Os trabalhadores alegam que essa promessa nunca se concretizou, apesar das repetidas cobranças.
Esta atitude da Nuke surge num contexto delicado, numa altura em que o governo liderado por Daniel Chapo tem reforçado os esforços para reduzir os níveis alarmantes de desemprego no país. Caso se confirme o despedimento em massa, o impacto poderá agravar ainda mais a situação social e económica da região de Marara.
Até ao momento, nem a Jindal-África nem as autoridades laborais moçambicanas se pronunciaram oficialmente sobre o caso. Informação com Fungai Caetano

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