
O governo do distrito de Murrupula na província de Nampula, mostra-se preocupado com aumento dos níveis da mineração artesanal e garimpo ilegal de ouro envolvendo crianças em idade escolar.
De acordo com a administradora do distrito de Murrupula, Regina Paulino, a exploração de recursos minerais de pequena escala, particularmente de ouro ilegal é uma realidade que continua a contribuir para o trabalho infantil, aumentando, desta forma, a desistência escolar, uma vez que as crianças por forma a garantir o sustento familiar focam-se muito mais na actividade.
“O distrito está rodeado de recursos mineirais, com enfoque para o ouro. Temos jovens e crianças em idade escolar que têm afluído em massa no garimpo ilegal de ouro e, naturalmente, temos desenvolvido vários trabalhos de sensibilização às famílias destes menores.”
Por outro lado, afirma que actualmente a exploração ilegal de ouro, envolvendo crianças, acontece concretamente na localidade de Namitotelane, o que desta forma contribui negativamente no processo de ensino e aprendizagem.
“Esta actividade ocorre principalmente próximo dos rios onde indivíduos dos distritos de Murrupula e outros vindos da vizinha província da Zambézia juntos decidiram abraçar a actividade ilícita que também impede a criança de ir à escola.”
Na mesma ideia, o governo do distrito de Murrupula reconhece que a exploração mineira arrasta consigo uma série de problemas ambientais, sociais e culturais.
“Quanto mais chove, mais a exploração mineral acontece, mesmo nos quintais das casas, sem dúvida que o mesmo ambiente está comprometido. Precisamos reforçar a fiscalização. No entanto, por causa da exploração ilegal dos recursos minerais, no ano passado o distrito registou desabamento de mina sobre duas crianças até a morte, causando três feridos.”
Os líderes comunitários residentes no distrito de Murrupula acreditam que os elevados níveis de pobreza que se verificam nas zonas rurais e o desemprego, especialmente no seio da juventude constitui uma das principais causas da exploração mineral ilegal.
“É preocupante a nossa realidade no distrito, muitas crianças saindo de zonas diferentes praticam actividade de exploração mineral ilegal e são submetidas ao trabalho infantil, por alegadamente estarem à procura de melhores condições de vida, tudo isso acontece sob olhar dos seus encarregados de educação e as actividades competentes,” disse Cabo Muahave, líder comunitário do Posto Administrativo de Murrupula – Sede.
“A fiscalização da exploração mineral é fraca ao nível do distrito, dai que crianças de 12 a 18 anos são submetidas a esquemas de exploração ilegal de ouro para o sustento e deixando escola de lado,” secundou Manuel Tatanha, régulo do distrito de Murrupula. Ikweli