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Exclusividade ou Contradição? LAM Pressiona Presidente da Comissão de Gestão a Romper Ligações com Air Botswana

A transportadora aérea nacional, Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), vive mais um capítulo polémico na sua conturbada gestão. Num comunicado emitido este domingo, 29 de Junho de 2025, a LAM esclareceu a situação de Dane Kondic, Presidente da Comissão de Gestão da companhia, exigindo-lhe dedicação exclusiva ao cargo — uma exigência que surge após se ter tornado público que o gestor exercia simultaneamente funções de direcção na Air Botswana.

O Conselho de Administração da LAM, que inclui altos quadros de empresas públicas como CFM, HCB e EMOSE, justificou a medida com riscos de “conflito de interesses”, visto que ambas as companhias actuam no mesmo mercado regional. A situação levanta questões pertinentes: como foi possível nomear um CEO com dupla responsabilidade desde o início? Houve negligência no processo de selecção?

Embora a decisão de exclusividade tenha sido “acolhida com disponibilidade pelo próprio” Kondic, é notável que só agora — meses depois de assumido o cargo — o Conselho tenha considerado o acúmulo de funções um obstáculo à reestruturação da empresa. Esta reacção tardia parece mais uma tentativa de controlo de danos do que uma medida de planeamento estratégico.

Num contexto em que a LAM enfrenta dificuldades financeiras crónicas e luta por recuperar a confiança pública, a exigência de exclusividade parece menos uma escolha estratégica e mais uma medida correctiva para encobrir falhas internas. A transportadora afirma querer um “compromisso pleno” com os seus objectivos, mas este episódio revela precisamente o contrário: uma cultura organizacional que reage às crises em vez de as prevenir.

Para os trabalhadores e para a opinião pública, permanece a dúvida: será Dane Kondic o líder certo para pilotar a LAM rumo à modernização — ou mais um nome em lista de gestores passageiros num avião sem rumo definido?

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