
Maputo, 10 maio 2025 – Moçambique já arrecadou mais de 180 milhões de euros em receitas fiscais com o primeiro projeto de gás natural liquefeito (GNL) desenvolvido na bacia do Rovuma, no norte do país. Os dados foram divulgados pela agência Lusa com base em informações oficiais do Governo moçambicano.
O projeto Coral Sul FLNG, que iniciou a produção em outubro de 2022, é operado pela Mozambique Rovuma Venture (MRV), uma joint venture entre a italiana Eni, a norte-americana ExxonMobil e a chinesa CNPC. Trata-se do primeiro projeto em águas ultraprofundas no país e um marco na exploração de gás natural na África Austral.
De acordo com o Ministério da Economia e Finanças de Moçambique, apenas entre janeiro e agosto de 2024, o Estado arrecadou cerca de 60,4 milhões de dólares (aproximadamente 55 milhões de euros) em receitas provenientes do projeto. Já o Banco de Moçambique informou que, no primeiro semestre de 2024, as exportações de gás natural totalizaram 901 milhões de dólares (cerca de 852 milhões de euros), um crescimento de 33% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Os números refletem a crescente importância do setor de gás natural para a economia moçambicana, que vê no Rovuma uma das suas maiores apostas para alavancar o desenvolvimento económico e atrair investimentos estrangeiros.
O projeto Coral Sul utiliza uma plataforma flutuante de liquefação de gás, a primeira do género em África, com capacidade para produzir 3,4 milhões de toneladas de GNL por ano. Parte da produção é destinada a contratos de longo prazo com mercados internacionais, nomeadamente com empresas asiáticas e europeias.
O governo moçambicano espera que, com a consolidação deste e de outros projetos na bacia do Rovuma, o país se torne um dos principais exportadores mundiais de gás natural nos próximos anos.