
Um vídeo gravado durante a recente visita do presidente francês Emmanuel Macron à Ucrânia se tornou alvo de uma campanha de desinformação nas redes sociais. As imagens mostram o presidente em um vagão de trem ao lado de outros líderes europeus, quando ele retira rapidamente um lenço branco do bolso e o guarda. A cena, aparentemente banal, foi distorcida por perfis pró-Rússia, que alegaram — sem qualquer prova — que Macron estaria escondendo cocaína.
A especulação se espalhou rapidamente, alimentada por teorias conspiratórias que tentam vincular o encontro com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky a supostos comportamentos ilegais ou comprometedores. Nas imagens, também aparecem o primeiro-ministro britânico Keir Starmer e o político alemão Friedrich Merz, que também foram alvos de falsas alegações — como a de que Merz usava uma “colher de cocaína” quando, na verdade, estava mexendo uma bebida.
O Palácio do Eliseu reagiu com firmeza. Em nota oficial, afirmou que Macron usava apenas um lenço de papel e classificou a acusação como “uma mentira grotesca” e um “exemplo típico de manipulação digital com fins políticos”. Autoridades francesas afirmam que o objetivo da distorção é minar a imagem de líderes europeus que apoiam a Ucrânia.
Diversas agências de checagem e veículos de imprensa verificaram o vídeo e concluíram que não há qualquer evidência de uso ou transporte de substâncias ilícitas. Especialistas em desinformação alertam que o caso ilustra como conteúdos fora de contexto podem ser usados para atacar reputações e espalhar teorias falsas, especialmente em períodos de tensão geopolítica.
Apesar da viralização das imagens, não houve qualquer investigação oficial aberta contra Macron, Merz ou Starmer, tampouco indícios que sustentem as alegações feitas nas redes. O episódio reforça o papel da checagem jornalística diante do aumento de campanhas de desinformação online.