
Encerramento da USAID em Moçambique poderá deixar cerca de 2.500 pessoas desempregadas

Maputo, 3 de Julho de 2025 – A decisão dos Estados Unidos de suspender as operações da Agência para o Desenvolvimento Internacional (USAID) em Moçambique poderá resultar no desemprego de aproximadamente 2.500 pessoas. A informação foi avançada esta quarta-feira pela ministra do Trabalho, Gênero e Acção Social, Ivete Alane, durante uma conferência de imprensa em Maputo.
Segundo a governante, o impacto será sentido sobretudo por trabalhadores ligados a organizações não-governamentais, empresas implementadoras de projectos e iniciativas sociais financiadas pela USAID em diversas províncias do país. A ministra considerou a situação “preocupante” e adiantou que o executivo está a estudar mecanismos para mitigar os efeitos sociais e económicos desta retirada.
“Estamos a fazer o levantamento completo das entidades afectadas e a dialogar com os parceiros nacionais e internacionais para garantir medidas de transição que salvaguardem os trabalhadores”, declarou Ivete Alane.
A retirada da USAID começou a ser executada no final de Janeiro deste ano, na sequência de uma ordem do ex-presidente norte-americano Donald Trump, que suspendeu temporariamente os financiamentos externos para rever a política de ajuda internacional dos Estados Unidos. Com essa decisão, mais de 100 projectos em áreas como saúde, educação, agricultura e combate à pobreza foram abruptamente interrompidos.
O embaixador dos EUA em Moçambique, Peter Vrooman, chegou a alertar para os riscos de “caos social” caso a suspensão se tornasse permanente, apontando que mais de 225 trabalhadores da agência já tinham sido dispensados nos primeiros meses da interrupção.
A sociedade civil também expressa preocupação. Organizações locais alertam para o aumento da vulnerabilidade em comunidades rurais e urbanas que beneficiavam dos programas da USAID, muitos dos quais eram considerados estruturantes para o desenvolvimento humano.
O Governo moçambicano promete apresentar nos próximos dias um plano de resposta que poderá incluir programas de reinserção laboral, formação profissional e incentivos ao autoemprego.
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