
A Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), terceiro partido mais votado nas eleições gerais de outubro de 2024, enfrenta uma onda de deserções em várias regiões do país, com destaque para Quelimane, onde membros descontentes estão a abandonar o partido liderado por Ossufo Momade para se juntarem à Aliança Nacional para Moçambique Livre e Autónomo (ANAMOLA), novo projeto político encabeçado por Venâncio Mondlane.
MBC/MOZTODAY
A ANAMOLA tem atraído atenção como uma alternativa para os críticos da atual liderança da RENAMO, que acusam Ossufo Momade de “afundar” o partido devido a decisões controversas e à perda de influência política. Em Quelimane, epicentro do descontentamento, antigos membros da RENAMO veem no movimento de Mondlane uma “esperança” para revitalizar a oposição em Moçambique e responder aos anseios da população por mudanças estruturais.
Fontes próximas à ANAMOLA afirmam que o partido está a ganhar terreno rapidamente, capitalizando o descontentamento interno na RENAMO e atraindo figuras de peso, incluindo quadros históricos e jovens militantes. “A ANAMOLA representa um novo fôlego para quem acredita numa oposição forte e unida,” declarou um ex-membro da RENAMO num comentário do Facebook.
Por sua vez, a liderança da RENAMO minimiza o impacto das deserções, afirmando que o partido permanece sólido e focado na sua agenda. Contudo, o que vem acontecendo ultimamente aponta que a saída de membros para a ANAMOLA pode fragilizar ainda mais a RENAMO, num momento em que a oposição moçambicana enfrenta desafios para se afirmar perante a hegemonia da FRELIMO.
A ascensão da ANAMOLA e a crise interna na RENAMO sinalizam um possível realinhamento no cenário político moçambicano, com implicações que poderão ser sentidas nas próximas eleições locais e regionais. continue lendo