
“O FMI recebeu das autoridades moçambicanas um pedido formal para um novo programa e, neste sentido, iremos trabalhar com as autoridades daqui para a frente”, admitiu o representante do FMI em Moçambique, Olamide Harrison.
A posição foi apresentada durante o Economic Briefing da Confederação das Associações Económicas, onde Olamide Harrison defendeu a necessidade de “medidas corajosas e antecipadas” para consolidar as contas públicas e reforçar a resiliência da economia nacional.
O responsável sublinhou que “a economia mundial está navegando em desafios incomuns” e que “Moçambique como um país frágil, marcado por desastres naturais recorrentes, altos níveis de pobreza, conflitos e significativas limitações e fraquezas das instituições, enfrenta desafios significativos para sustentar a sua estabilidade macroeconómica”.
Por isso, o representante do FMI disse que Moçambique precisa “tomar medidas corajosas e antecipadas para aumentar a sua resiliência, reduzir a massa salarial, cortar isenções fiscais e modernizar a administração tributária”. Por outro lado, aconselhou que “os gastos domésticos devem ser aumentados, especialmente dados os cortes na assistência ao desenvolvimento”, mas também disse que “melhorar a capacidade da gestão da divida é essencial”.
O economista lembrou, ainda, que “a situação fiscal de Moçambique é desafiante”, que “o crescimento económico é fraco, a dívida pública aproxima-se de 100% do PIB e os pagamentos de juros representam já 4,5% do Produto Interno Bruto”. Por outro lado, recordou que a receita do Estado em 2024 ficou aquém das expectativas, especialmente no último trimestre, devido às paralisações económicas decorrentes da crise pós-eleitoral.