
Maputo MozToday — Lineu Candeeiro, presidente da ANJE (Associação Nacional de Jovens Empresários), entrou na corrida para a liderança da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) com confiança e apoio declarado de diversos setores empresariais. Tão seguro da vitória estava, que, segundo fontes próximas, já havia preparado uma celebração para marcar o que acreditava ser um triunfo certo. No entanto, o desfecho foi amargo: perdeu as eleições para Álvaro Massingue, num revés que expôs fragilidades profundas nas alianças empresariais.
A derrota surpreendeu muitos, especialmente porque Candeeiro surgia como favorito durante a campanha, ovacionado em encontros e fóruns de negócios. Contudo, no momento decisivo, parte significativa dos empresários que o apoiavam publicamente optaram por outro caminho na urna, levantando suspeitas de traição e revelando a instabilidade dos compromissos no seio do setor privado moçambicano.
Entre os jovens empresários que viam em Candeeiro uma promessa de renovação e representação, o clima é de frustração. A derrota é encarada por muitos como uma lição amarga sobre o jogo de bastidores que ainda domina o ambiente empresarial do país. “É um alerta para a juventude empreendedora: as promessas públicas nem sempre se traduzem em apoio real”, comentou um empresário sob anonimato.
Álvaro Massingue, agora eleito presidente da CTA, terá o desafio de unir um setor que sai das eleições visivelmente dividido, e dar resposta às expectativas de um tecido empresarial que clama por estabilidade, transparência e liderança com visão inclusiva.
Enquanto isso, Lineu Candeeiro recolhe os cacos de uma candidatura que, embora ruidosa e mobilizadora, terminou em silêncio — sem festa, sem vitória.