
Dinamarca passa a exigir registo de mulheres para possível serviço militar obrigatório

Copenhaga, 1 de julho de 2025
A partir de hoje, mulheres dinamarquesas que completarem 18 anos passam a estar obrigadas a registar-se para avaliação quanto ao serviço militar, juntando-se aos homens no sistema de conscrição nacional. A medida marca uma viragem histórica na política de defesa da Dinamarca e surge num momento de crescentes preocupações de segurança na Europa.
A nova lei, aprovada pelo Parlamento dinamarquês em 2023, coloca homens e mulheres em pé de igualdade no que diz respeito ao dever militar. Até agora, apenas os homens eram obrigados a registar-se e sujeitar-se a um processo de seleção. Para as mulheres, o serviço militar era voluntário. Com a mudança, ambas as partes da população serão chamadas a participar num “Dia da Defesa” — uma avaliação física e psicológica — e poderão ser sorteadas para cumprir serviço ativo, caso não haja voluntários suficientes.
> “Trata-se de garantir que todos os jovens, independentemente do género, compreendam o seu papel na defesa do país”, afirmou Troels Lund Poulsen, ministro da Defesa da Dinamarca. “Vivemos tempos de incerteza, e é fundamental estarmos preparados.”
O plano faz parte de uma reforma mais ampla nas Forças Armadas, que prevê o aumento do número de recrutas anuais de 5 000 para 7 500 até 2033, bem como a extensão da duração do serviço militar de 4 para até 11 meses até 2026. Também estão previstos investimentos para adaptar as instalações militares a uma maior presença feminina.
A decisão está alinhada com as exigências da NATO, da qual a Dinamarca é membro, e reflete a crescente instabilidade provocada pela guerra na Ucrânia e pela intensificação da postura militar da Rússia na região do Báltico.
Organizações de defesa dos direitos das mulheres saudaram a medida como um avanço para a igualdade, enquanto críticos alertam para possíveis dificuldades logísticas e questionam se a conscrição obrigatória é a resposta mais adequada aos desafios de segurança atuais.
A Dinamarca junta-se agora a países como a Noruega e a Suécia, que já implementaram sistemas semelhantes de serviço militar inclusivo. A medida coloca o país nórdico entre os mais avançados na Europa em termos de igualdade de género no setor da defesa.
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