
O Parlamento Europeu aprovou nesta quarta-feira uma resolução condenando a detenção e o risco de execução de Tundu Lissu, presidente do Chadema, principal partido de oposição da Tanzânia. A moção B10-0262/2025 foi elogiada por ativistas como um “farol de esperança” em meio ao avanço do autoritarismo na região.
Em carta pública, o professor Adriano Nuvunga, do Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD) de Moçambique, destacou que a medida envia uma mensagem clara à comunidade internacional: “a impunidade tem limites”. Lissu, descrito como “símbolo de resistência contra a tirania”, enfrenta perseguição política no país governado pelo presidente Samia Suluhu Hassan.
O documento também alerta para a erosão do espaço cívico em Moçambique, Tanzânia e outros países da África Oriental, classificando a situação como “uma crise continental de Direitos Humanos”. Segundo Nuvunga, a perseguição a opositores, ativistas e defensores de direitos humanos deixou de ser uma questão interna para se tornar um desafio regional.
“A solidariedade internacional é crucial para proteger milhões que clamam por liberdade e dignidade”, afirmou o acadêmico, agradecendo aos parlamentares europeus pela postura firme. A resolução é vista como um chamado para intensificar a pressão sobre governos autoritários e ampliar o apoio à sociedade civil africana.
O caso de Lissu – sobrevivente de uma tentativa de assassinato em 2017 – reacendeu o debate sobre os riscos enfrentados por dissidentes políticos no continente. Organizações de direitos humanos exigem a libertação imediata do opositor e de outros presos políticos “cujos nomes podem ainda não ser conhecidos”.
“Esta não é apenas uma luta por um homem, mas pelo futuro de uma África democrática”, concluiu Nuvunga, em apelo por maior engajamento global na defesa das liberdades fundamentais na região.
Com informações da Rede Moçambicana dos Defensores dos Direitos Humanos