
Durante a ejaculação, o corpo masculino libera uma grande quantidade de espermatozoides — em média, entre 100 e 300 milhões — misturados ao sêmen. Apesar desse número impressionante, normalmente apenas um espermatozoide consegue fecundar o óvulo e dar início à formação de um embrião.
Essa seleção natural acontece porque o caminho até o óvulo é extremamente desafiador para os espermatozoides. Logo ao entrar na vagina, eles enfrentam um ambiente hostil, com pH ácido que pode matar muitos deles rapidamente. Os poucos que sobrevivem ainda precisam atravessar o muco cervical, que atua como uma barreira física — mais espessa e impenetrável em certos momentos do ciclo menstrual, dificultando ainda mais o acesso ao útero.
Além disso, o sistema imunológico da mulher reconhece os espermatozoides como corpos estranhos e ativa mecanismos de defesa para eliminá-los. Outra dificuldade está relacionada à própria anatomia feminina, cheia de bifurcações e caminhos falsos, o que faz com que muitos espermatozoides “se percam” ou sigam na direção errada.
Por fim, apenas os espermatozoides mais rápidos, resistentes e com boa motilidade (capacidade de se movimentar) conseguem atingir as trompas de falópio no momento exato em que o óvulo está presente. E, mesmo entre esses finalistas, apenas um consegue penetrar a camada externa do óvulo e realizar a fecundação. Esse processo garante que apenas o espermatozoide mais apto participe da formação da nova vida — é uma verdadeira corrida pela sobrevivência e seleção natural em ação.