
tornou-se primeiro-ministro com apenas 35 anos. Jovem e brilhante, mas a liberdade veio com correntes. A Bélgica recusou-se a sair completamente. Empresas estrangeiras ainda possuíam o cobre e os diamantes do Congo, e as potências ocidentais, especialmente a Bélgica e os EUA, queriam o controle.
Então, pintaram Lumumba como um comunista, uma ameaça, um homem perigoso demais para seus interesses. Então veio o caos. O exército se rebelou, as tropas belgas retornaram. A província rica em minerais de Katanga tentou se separar. Apoiado por interesses comerciais belgas, Lumumba recorreu às Nações Unidas, mas elas o ignoraram. Ele pediu ajuda, e eles hesitaram. Desesperado, ele recorreu à União Soviética, e essa foi a gota d’água.
A CIA se envolveu, inimigos locais foram armados e, poucos meses após a independência, Lumumba foi deposto. Ele foi espancado, arrastado pelo país e, em 17 de janeiro de 1961, executado por um pelotão de fuzilamento em Katanga. Seu corpo foi dissolvido em ácido com restos mortais, e seu nome foi quase apagado da história. Mas não conseguiram calar sua voz, porque mesmo na morte, Patrice Lumumba fala. Ele fala através dos murais em Kinshasa, através das estátuas que se erguem onde as balas caíram, através dos líderes que o citam e através das crianças que ainda carregam seu nome. Ele disse certa vez que a história um dia terá sua palavra a dizer, não a história ensinada em Bruxelas, Paris ou Washington, mas a história do povo, e hoje, essa história fala alto.
Patrice Lumumba não morreu pelo poder. Ele morreu por princípios, pela unidade, pela dignidade. Ele não viveu muito, mas viveu plenamente e morreu de pé. Esta não é apenas a história de um político. É a história de um profeta, um patriota, uma chama que se recusou a ser apagada. Patrice Lumumba não apenas sonhou com a liberdade, como ousou exigi-la.
E essa demanda ainda ecoa em cada africano que diz que não estamos à venda, em cada jovem que se levanta, em cada voz que se recusa a ser silenciada. A revolução respira porque Lumumba fala. Heróis podem cair, mas seus sonhos nunca morrem.