Maputo MozToday, 14 de Maio de 2025 – A juventude moçambicana, cheia de sonhos, ideias e talento, clama por mais do que entretenimento: clama por oportunidades. E é com esta voz que Guido Basílio Awir, um jovem desempregado, decide escrever uma carta aberta ao popular apresentador Gabriel Júnior, carinhosamente chamado de “Filho do Povo”.
Conhecido por conduzir com carisma o programa “Moçambique em Concerto” e especialmente o quadro “Vai Dar Namoro”, Gabriel Júnior tornou-se símbolo de alegria nas noites de domingo, levando danças, risos e emoções aos lares moçambicanos. No entanto, a carta sugere uma transformação ousada e necessária: trocar o namoro pelo emprego.
“Hoje em Moçambique, o que mais falta não é amor – é emprego!”, escreve Guido, num apelo carregado de sinceridade e ironia social. Ele propõe a criação de um novo quadro, “Vai Dar Emprego”, onde jovens possam apresentar ideias de negócio, mostrar talentos ou candidatar-se a vagas com empresas parceiras, num formato que alia entretenimento à construção de um futuro mais digno.
A proposta, embora simbólica, carrega um fundo de verdade gritante: a crise de empregabilidade entre os jovens moçambicanos. Guido argumenta que “amor com barriga vazia dá briga”, e que, sem estabilidade financeira, até o romantismo encontra seus limites.
O jovem termina a carta com um pedido direto: “Gabriel, o povo precisa de ti não só para entreter, mas para transformar.” Ele reconhece o poder de alcance do apresentador e sugere que, com a sua influência, é possível inaugurar uma nova era televisiva — onde o protagonismo juvenil e a dignidade ocupacional caminhem de mãos dadas.
Assinada com um toque de esperança e humor (“E de casar… quando o emprego vier!”), a carta tornou-se um espelho do desejo coletivo de uma juventude que não quer apenas namorar em frente às câmeras, mas trabalhar, crescer e construir o país.