Sáb. Mai 17th, 2025

Ministro chadiano sugere adesão à Aliança dos Estados do Sahel

N’Djamena – Em declarações recentes, o Ministro das Comunicações do Chade, Gassim Cherif Mahamat, afirmou que a possível entrada do país na Aliança dos Estados do Sahel (AES) “seria uma coisa boa”, destacando o potencial da união como um espaço de soberania e cooperação entre nações africanas.

“É uma ótima experiência que deve ser estudada e levada a sério”, disse o ministro, deixando claro que se trata de sua “opinião pessoal”. Ele ressaltou que a AES representa uma oportunidade para os países africanos se organizarem fora de influências externas, criando uma plataforma de decisão autônoma. “É um lugar onde os africanos podem se reunir fora das ideias de outros lugares”, observou.

O ministro defendeu ainda que a aliança — formada atualmente por Mali, Burkina Faso e Níger — deveria ser expandida para incluir outros países africanos, sugerindo que essa cooperação regional pode fortalecer a posição dos Estados membros no cenário internacional.

Caminho para a soberania plena

A declaração ocorre em um momento de redefinição da política externa e de segurança do Chade. Após a retirada das tropas francesas do território nacional, o governo do presidente Mahamat Idriss Déby intensificou o discurso de soberania, com planos ambiciosos para alcançar independência “a todos os níveis”.

Entre os desafios que permanecem no horizonte estão a revisão do uso do franco CFA — moeda atrelada ao Tesouro francês —, a reorganização econômica, a reavaliação geoestratégica e o reforço do controle sobre os recursos naturais do país.

O posicionamento do ministro revela uma tendência crescente entre nações do Sahel que buscam alternativas aos modelos herdados do período colonial e apostam na integração regional como via para uma autonomia real e duradoura.

Recomendado para você

Conteúdo protegido por MozToday.