
Butaleja, Uganda – Musa Hasahya Kasera, agricultor de 67 anos da vila de Bugisa, no leste de Uganda, tornou-se conhecido internacionalmente após revelar que, com 102 filhos e 578 netos, decidiu encerrar sua trajetória como patriarca de uma das maiores famílias do país. A decisão foi motivada pelas crescentes dificuldades financeiras enfrentadas pela família.
Hasahya é casado com 12 mulheres, com quem construiu sua vasta descendência ao longo das últimas décadas. No passado, ter muitos filhos era visto como um sinal de riqueza e prestígio. No entanto, o agricultor admite que os tempos mudaram. “Com apenas dois acres de terra, já não consigo alimentar ou vestir minha família inteira. É demais”, afirmou em entrevista à imprensa local.
Vivendo em condições modestas, Hasahya explica que muitas de suas esposas agora usam métodos contraceptivos para evitar novas gestações. Ele reconhece que sua escolha de formar uma família tão numerosa foi imprudente. “Foi uma irresponsabilidade. Hoje vejo que é melhor cuidar bem de poucos do que deixar muitos passarem necessidade.”
A história reacendeu o debate sobre planejamento familiar em Uganda, país com uma das taxas de natalidade mais altas do mundo. Especialistas apontam para a necessidade de expandir o acesso à educação reprodutiva, especialmente em áreas rurais, onde crenças tradicionais e falta de informação ainda dificultam a adoção de práticas de controle de natalidade.
Apesar das dificuldades, Hasahya mantém um tom esperançoso: “Espero que minha história sirva de lição para outros homens. Ter muitos filhos não é mais um sinal de força – é um grande desafio.”
O caso de Musa Hasahya lança luz sobre os dilemas enfrentados por famílias numerosas em contextos de vulnerabilidade econômica, e destaca a importância de políticas públicas voltadas para o planejamento familiar em países em desenvolvimento.