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Meta AI vai poder aceder a fotografias guardadas no telemóvel — medida levanta preocupações de privacidade

A Meta, empresa-mãe do Facebook e Instagram, está a testar uma funcionalidade que permite à sua inteligência artificial (Meta AI) aceder diretamente às fotografias guardadas nos telemóveis dos utilizadores. Embora a empresa garanta que o acesso é opcional e temporário, a medida já está a gerar polémica no que toca à privacidade dos dados pessoais.

Segundo a própria Meta, o novo sistema, atualmente em fase de testes, permite que a Meta AI carregue automaticamente imagens da galeria do dispositivo — mesmo aquelas que nunca foram partilhadas nas redes sociais. A funcionalidade surge como parte de um recurso de “processamento em nuvem”, que se ativa ao criar uma story com sugestões geradas por IA.

“O objectivo é ajudar os utilizadores a criarem colagens, resumos visuais e outros conteúdos assistidos por inteligência artificial”, esclarece a empresa. No entanto, os termos de utilização do serviço indicam que as imagens e respetivos metadados (como data, localização e identificação de rostos ou objetos) podem ser retidos e utilizados pela Meta — sem especificar de forma clara os limites dessa utilização.

Embora a Meta afirme que, por agora, estas imagens não estão a ser usadas para treinar os seus modelos de IA generativa, nada impede que isso venha a acontecer no futuro, conforme alertam especialistas em privacidade digital.

“A Meta já tem um historial de recolha agressiva de dados. O facto de esta funcionalidade ser opcional não elimina o risco. Muitos utilizadores ativam recursos sem ler os termos com atenção”, explica o analista digital Rui Mendonça.

O envio de imagens é feito em segundo plano e pode incluir ficheiros com mais de 30 dias de antiguidade. A Meta garante que o conteúdo é apagado ao fim de 30 dias após a desativação da funcionalidade. No entanto, os dados processados antes dessa eliminação poderão já ter sido analisados ou utilizados.

Como proteger os seus dados
A funcionalidade pode ser desativada a qualquer momento nas definições de privacidade das aplicações da Meta. Para muitos utilizadores, esta poderá ser uma escolha prudente, especialmente tendo em conta que os termos de utilização continuam vagos no que diz respeito ao uso futuro das imagens recolhidas.

Enquanto a tecnologia avança, o equilíbrio entre inovação e proteção da privacidade continua a ser motivo de debate — e de decisão individual.

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