O Governo francês confirmou esta semana que as suas forças armadas interceptaram e destruíram vários drones iranianos, durante a recente escalada de tensões no Médio Oriente, que se dirigiam em direção a Israel. No entanto, Paris rejeitou qualquer noção de que o país esteja em guerra com a República Islâmica do Irão.

De acordo com o ministro da Defesa, Sébastien Lecornu, a França “neutralizou menos de 10 drones” iranianos no espaço aéreo da Jordânia, em coordenação com autoridades jordanas, a fim de proteger infraestruturas militares francesas e prevenir danos colaterais em zonas sob responsabilidade internacional. As interceções foram realizadas por aviões Rafale e sistemas de defesa antiaérea estacionados na região.

“A França não atacou território iraniano. Limitámo-nos a exercer o nosso direito à legítima defesa e a proteger os nossos interesses e os nossos aliados”, sublinhou o ministro, afastando qualquer ideia de envolvimento em ações ofensivas contra Teerão.

A operação decorreu durante um ataque coordenado do Irão contra Israel, no qual centenas de mísseis e drones foram lançados. O sistema de defesa aérea israelita, com o apoio dos Estados Unidos, Reino Unido, Jordânia e França, conseguiu intercetar a maioria dos projéteis antes que atingissem alvos no território israelita.

A declaração de que “a França está em guerra com o Irão” começou a circular nas redes sociais após as notícias da intervenção, mas especialistas em direito internacional e segurança refutam essa interpretação.

“Interceptar drones em defesa de posições nacionais ou de aliados não constitui, por si só, um ato de guerra. É uma ação defensiva, não ofensiva”, explicou Jean-Baptiste Moreau, analista do Instituto Francês de Relações Internacionais (IFRI).

O presidente francês, Emmanuel Macron, reforçou que a prioridade de Paris continua a ser “evitar uma escalada regional” e proteger a estabilidade dos seus contingentes no estrangeiro. “A França continuará a agir com responsabilidade e firmeza, mas não está em confronto armado com o Irão”, declarou.