×

Finalmente USAID fecha as portas em todo mundo após 60 anos de ajuda humanitária

Decisão anunciada pelo governo norte-americano de Donald Trump marca fim de uma era na cooperação internacional. Especialistas alertam para impacto negativo em países em desenvolvimento.

A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) vai encerrar oficialmente as suas operações, pondo fim a mais de 60 anos de actividades humanitárias em várias regiões do mundo. O anúncio foi feito na noite de ontem, pelo governo liderado por Donald Trump, numa decisão que apanhou de surpresa vários governos e organizações da sociedade civil.

Criada em 1961 pelo presidente John F. Kennedy, a USAID foi, durante décadas, considerada a maior distribuidora de ajuda humanitária do planeta. A sua presença foi sentida em mais de 100 países, com destaque para iniciativas nas áreas de saúde, educação, segurança alimentar, direitos humanos e fortalecimento institucional.

Com o encerramento, especialistas temem que milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade fiquem desprotegidas, sobretudo em zonas de conflito e países em desenvolvimento. Em África, onde a agência financiava programas de combate ao HIV/SIDA, apoio à agricultura sustentável e promoção da boa governação, a notícia foi recebida com apreensão.

“O encerramento da USAID representa um retrocesso significativo na cooperação internacional para o desenvolvimento. Muitos países africanos dependem destes apoios para manter programas básicos de saúde e educação,” afirmou uma fonte ligada a uma ONG moçambicana parceira da agência norte-americana.

Até ao momento, a Casa Branca não avançou detalhes sobre possíveis mecanismos de transição ou substituição da USAID, nem indicou se outras entidades assumirão os seus actuais compromissos financeiros e operacionais. Também não é claro o impacto imediato nos contratos e projectos em curso.

A decisão surge num contexto de crescente isolacionismo da política externa norte-americana, acentuado durante a presidência de Donald Trump, com cortes em contribuições para organismos multilaterais e uma política de redução da presença americana em territórios estrangeiros.

Nos próximos dias, espera-se uma reacção formal de países e instituições que mantinham cooperação directa com a USAID, incluindo Moçambique, onde a agência financiava projectos estruturantes nos sectores de saúde materno-infantil, nutrição e acesso à água potável.

Publicar comentário

EDUCAÇÃO

Conteúdo protegido por MozToday.