Ter. Mai 6th, 2025

A polícia americana e Malauiana frustra cartel de drogas a caminho para Moçambique

A Polícia do Malawi, em parceria com agentes dos Estados Unidos da América (EUA), prendeu no sábado (03) seis mexicanos no Aeroporto Internacional Kamuzu, em Lilongwe, a caminho de Moçambique, supostamente para montar laboratórios para drogas perigosas.

O porta-voz da Polícia malawiana, Peter Kalaya, disse que os supostos laboratórios serviriam como centros de distribuição de drogas para muitos países africanos, incluindo Malawi.

O jornal “The Nation” apurou ontem que uma missão de segurança conjunta dos governos dos EUA e do Malawi resultou na prisão de seis suspeitos ligados a um cartel mexicano.

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Kalaya disse que eles foram presos após desembarcar de um voo da Ethiopian Airlines por volta das 15h30, enquanto o sétimo, um nigeriano identificado como Mike Chukwu, de 54 anos de idade, que estava posicionado para receber o grupo, foi preso por interferir nas actividades das agências de segurança que interceptaram os suspeitos. Após a detenção dos seis, Chukwu começou a bater nas mesas, o que o levou a ser preso e acusado de perturbar a ordem pública e obstruir o trabalho dos agentes da polícia.

Os seis mexicanos já foram identificados, nomeadamente, Panfilo Hernandez, de 27 anos de idade, Adrian Angulo, de 30 anos, Armando Hernandez, de 32 anos, Mario Picas, de 32 anos, Luiz Armando Ramirez, de 44 anos e Cristhian Jovvany Hernandez, de 30 anos.

Kalaya disse: “os EUA forneceram informações por meio da Polícia Internacional [Interpol] de que os mexicanos são suspeitos de fazerem parte de um sindicato [no seu país], envolvido na produção e distribuição de drogas”.

As autoridades dos EUA partilharam com Malawi informações segundo as quais os indivíduos planeavam instalar laboratórios de drogas, para produção e distribuição de drogas para a África e outros países. Para alcançar os seus intentos, eles pretendiam usar Malawi como rota de trânsito para Moçambique, através da fronteira de Dedza/Calomue, em Tete.

O porta-voz da Polícia malawiana avançou que os seis mexicanos estão entre os suspeitos de tráfico de drogas procurados nos EUA. Ele disse que, quando os EUA solicitaram a cooperação do Malawi na missão, por meio da Interpol, uma equipe americana também foi enviada para trabalhar com as autoridades locais.

Kalaya referiu que inicialmente eles tiveram dificuldades para interrogar os suspeitos devido às barreiras linguísticas, mas contrataram um intérprete para ajudar.

“Tanto a nossa equipe quanto a dos EUA estão a conduzir as entrevistas. Um deles foi encontrado com alguns pacotes de drogas, que foram enviados a um laboratório para análise”, disse Kalaya.

O Ministro da Segurança Interna, Ezekiel Ching’oma, disse que a apreensão demonstrou a importância da colaboração.
“Esta é uma manifestação do bom relacionamento entre o Malawi e os EUA no combate à droga e em outras questões importantes”, disse o governante.

Enquanto isso, o especialista em segurança Master Dicks Mfune disse que a colaboração entre Malawi e EUA pode ajudar as agências de segurança a serem mais eficazes na segurança interna, no combate ao crime transfronteiriço e ao terrorismo do que se estivessem a operar sozinhas.

Ele sublinhou que a Estratégia de Segurança Nacional do Malawi ressalta a importância da tomada de decisões baseada em inteligência, alocação estratégica de recursos e avaliação e adaptação contínuas às dinâmicas de segurança emergentes.

“A colaboração com os EUA e a Polícia Internacional reforça significativamente a eficácia operacional e a resiliência do Malawi diante dos crescentes desafios de segurança”, apontou Mfune.

A Estratégia de Segurança Nacional do Malawi estipula a abordagem do país para proteger os seus interesses de segurança. Ela visa enfrentar ameaças, tanto internas quanto externas, e promover o bem-estar e a segurança geral do país.

De acordo com o índice de crime organizado, Malawi tornou-se numa rota atractiva para traficantes de drogas. O país é particularmente conhecido como corredor para remessas de heroína da África Oriental para a África do Sul e Eswatini. No entanto, também é usado como ponto de trânsito para outras drogas, incluindo cocaína, traficadas de Moçambique para a Europa ou Ásia por via aérea.

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