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China espia Rússia — hackers chineses visam segredos de guerra de moscovo

Num movimento surpreendente entre dois aliados estratégicos, investigadores em cibersegurança denunciaram uma série de ataques informáticos levados a cabo por grupos ligados ao Estado chinês contra instituições governamentais e militares da Rússia. O objectivo? Aceder a informações confidenciais sobre tecnologia bélica e operações de guerra.

De acordo com relatórios da empresa de cibersegurança Check Point, os ataques vêm ocorrendo desde 2021, mas intensificaram-se após a invasão da Ucrânia, quando a China passou a visar institutos de investigação e empresas ligadas à defesa russa — incluindo a poderosa Rostec, especializada em sistemas de comunicação militar, radares e guerra electrónica.

O grupo chinês “Twisted Panda”, com ligações ao Ministério da Segurança do Estado da China, foi identificado como um dos protagonistas da ofensiva cibernética. Segundo a organização Recorded Future, os alvos incluem documentos técnicos, comunicações internas e dados sensíveis sobre o armamento utilizado na frente de guerra ucraniana.

Apesar da aliança formal entre Pequim e Moscovo — reforçada por declarações públicas de “amizade sem limites” —, os bastidores revelam uma realidade mais complexa. Analistas interpretam os ataques como uma tentativa da China de reforçar a sua posição estratégica global, assegurando acesso a tecnologias militares de ponta desenvolvidas ou utilizadas pela Rússia.

“Mesmo entre aliados, a espionagem continua a ser uma ferramenta de vigilância e poder”, afirmou Dmitry Alperovitch, especialista em segurança digital. “A China está a preparar-se para todos os cenários, incluindo um eventual afastamento táctico da Rússia.”

A resposta oficial do Kremlin permanece ambígua, com o governo russo a evitar comentar os relatórios, numa tentativa aparente de preservar a narrativa da parceria sino-russa. No entanto, fontes próximas do Ministério da Defesa russo, citadas sob anonimato, confirmam o aumento de actividades cibernéticas suspeitas atribuídas à China.

Com o mundo em crescente tensão geopolítica e tecnológica, este episódio expõe a fragilidade das alianças modernas, onde nem mesmo a amizade declarada resiste ao impulso de vigilância e supremacia digital.

A MozToday continuará a acompanhar os desdobramentos desta história, com análises sobre os impactos na relação sino-russa e as possíveis implicações para o equilíbrio militar global.

 China espia Rússia — hackers chineses visam segredos de guerra de moscovo

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