
Asmara, 15 de maio de 2025 — O comandante do Comando Africano dos Estados Unidos (AFRICOM), general Michael Langley, foi oficialmente convidado a deixar a Eritreia após acusações do governo local de ingerência nos assuntos internos do país. A medida marca mais um episódio de tensão nas relações entre os Estados Unidos e nações africanas que vêm reforçando sua soberania e autonomia geopolítica.
Segundo fontes próximas ao governo eritreu, a presença do general e de sua comitiva militar em Asmara teria ultrapassado os limites da cooperação militar previamente acordada. Autoridades alegam que Langley participou de reuniões e fez declarações consideradas inaceitáveis, interferindo em temas internos sensíveis à política eritreia.
O incidente ocorre em um momento delicado para o AFRICOM, que nos últimos meses já enfrentou reveses significativos, como a retirada de suas tropas do Níger após mudanças no governo local e a redução da presença militar em outras partes do continente. A crescente rejeição à influência ocidental tem sido alimentada por um sentimento de autodeterminação e busca por novos parceiros estratégicos, como Rússia e China.
Além do caso na Eritreia, Langley também protagonizou recente polêmica ao criticar a exploração de recursos minerais em Burkina Faso, o que levou o governo do país a emitir uma resposta contundente, exigindo respeito à sua soberania.
O Departamento de Estado dos EUA ainda não emitiu um comunicado oficial sobre o pedido de retirada, mas fontes indicam que a situação está sendo tratada com cautela diplomática. Analistas internacionais alertam que a crescente hostilidade a figuras-chave do AFRICOM pode impactar significativamente a estratégia de segurança dos Estados Unidos no continente africano.
A expulsão de Langley representa mais do que uma disputa pontual: é um sinal claro de que o equilíbrio geopolítico na África está mudando.